29 de agosto de 2008



Hoje revi-me nas ondas do mar. Um mar feliz. As suas viravoltas com a areia eram as de um amor apaixonado, embriagado por beijos e abraços. Por isso senti o teu corpo, fresco como a brisa oceânica. Humedeceu-me a pele num leve arrepio. E aquele foi apenas um primeiro abraço. Certamente serias o mar... seria eu a areia. O resto, todos adivinham!
.
Hoje o vento era de sul. Um vento feliz. ...





27 de agosto de 2008

.

Relativo é o tempo. Uma libélula tem a sua eternidade. Seres metamórficos têm-na por ciclos. A idade não passa só para mim e para ti. Passa com idades diferentes. Relativas a algo. Provavelmente convencionado.
A seu tempo, no tempo. Até o nosso amor amadurece. Quando não mais der frutos,virão de novo as folhas. Virá mais ternura, eu sei! Aquela que transpira dos olhos fechados. Que percorre kilómetros. Que fará o teu coração bater lado a lado com o meu e vice-versa. Não seremos velhos. Mas também não seremos antigos. Relativo é o tempo. Uma libélula tem a sua eternidade. E velhos, são realmente só os trapos!

.






.

26 de agosto de 2008


.
Toca-me com as pontas inspiradas dos teus dedos... esta noite alcançaremos o céu. Mil vezes direi o teu nome em sorrisos. Até sentir um dedo teu sobre os meus lábios... verás desenhado nos meus olhos o nosso amor.
.






.

24 de agosto de 2008

.

Noite na ilha



Dormi contigo a noite inteira junto do mar, na ilha.

Selvagem e doce eras entre o prazer e o sono,

entre o fogo e a água.


Talvez bem tarde nossos

sonos se uniram na altura e no fundo,

em cima como ramos que um mesmo vento move,

embaixo como raízes vermelhas que se tocam.


Talvez teu sono se separou do meu e pelo mar escuro

me procurava como antes, quando nem existias,

quando sem te enxergar naveguei a teu lado

e teus olhos buscavam o que agora - pão,

vinho, amor e cólera - te dou, cheias as mãos,

porque tu és a taça que só esperava

os dons da minha vida.


Dormi junto contigo a noite inteira,

enquanto a escura terra gira com vivos e com mortos,

de repente desperto e no meio da sombra meu braço

rodeava tua cintura.

Nem a noite nem o sonho puderam separar-nos.


Dormi contigo, amor, despertei, e tua boca

saída de teu sono me deu o sabor da terra,

de água-marinha, de algas, de tua íntima vida,

e recebi teu beijo molhado pela aurora

como se me chegasse do mar que nos rodeia.




Pablo Neruda




... porque há ofertas impossíveis de não partilhar. Obrigada, Maria







.

22 de agosto de 2008



.

Porque lhe chamarão amor-perfeito
se dizem não haver a perfeição
É claro que em alguns tudo é direito
E nem por isso vivem de ilusão


O meu amor é tudo quanto tenho
Tem perfume, tem fogo e é prazer
É grande este amor que não desdenho
E nunca fez meu coração sofrer


Acredito na dor, no sofrimento
na vontade de querer mais amor ter
Saboreio a doçura de cada momento
De a teu lado e contigo viver.


.



.

.

São as vontades do amor que nos comandam,

que nos abraçam com a felicidade.

Basta ver-nos no rosto a beldade

todos descobrem aqueles que se amam.


.




.


.

20 de agosto de 2008

.

Sei porque choro. Sei porque sorrio... enquanto as lágrimas me correm cara abaixo.
As saudades que senti deste teu abraço... do teu corpo no meu... da tua voz no meu ouvido. As saudades que de ti senti. Sei porque choro... sei que as flores que trazes no braço são um reencontro, não uma despedida. E por isso choro, de sorriso nos lábios... porque sei que isto é uma chegada e te tenho finalmente comigo.

.





.

18 de agosto de 2008



Os teus sorrisos moldam-me os lábios. Sorrio-te. Nas folhas dos fetos esboço desenhos iguais aos teus. Beijo-te. Os contornos são tantos que os nossos olhos cintilam na noite como pirilampos. Amo-te.
.
.

16 de agosto de 2008




Céus



Abriram-se as portas do céu.
Por trás delas um azul liso.
De tão liso, parece não ter princípio nem fim.
Mede, num manto, a eternidade!
Quando as portas se fechem,
o azul fica para quem vê para além das nuvens.
O azul... fica para quem ainda sabe sonhar!




.





.

.

14 de agosto de 2008

.

Brincadeira da aldeia
.

"Ó cuquinho da ramalheira,
quantos anos me dás de solteira?
.
Ó cuquinho da ramalhada,
quantos anos me dás de casada?"








Era assim todas as primaveras, enquanto o cuco chocava o seu ovo. O cuco respondia à pergunta. "Cu-cu, Cu-cu..." e as moçoilas (solteiras) contavam ansiosamente cada cantar que lhes daria a resposta. Quanto menos contassem, maior a felicidade. As casadas desejavam ter muito que contar!


.

12 de agosto de 2008

.
Aquela porta... sempre fechada a todos os olhares. Ouvia-se abrir... e fechar! Mas no olhar nada se via passar. A sua imagem perdurava no tempo. O seu azul esbatia e enferrujava perante a curiosidade alheia. Eram tantos os olhos a cobiçar a sua tranparência, que esmorecia à luz do dia. E continuava a ouvir-se apenas... abrir, e fechar... sem mais nada se passar!

.




.

10 de agosto de 2008

.


Abri o baú das memórias.
Nele, o meu traje de festa. Tempos idos...
Numa resistência ao tempo, numa vontade de regressar às tarde de domingo. Regressar aos bailes na casa grande.
Vesti-me...
Como eu gostava de dançar contigo! Que bem dançámos naquela noite! A minha saia era branca com flores azuis. Combinámos coordenarmos nas cores? O que nos rimos!
Que felizes fomos numa noite! Como se a felicidade se pudesse gastar em uma ou duas valsas.
Hoje, existes nas minhas recordações. Existes sobre uma cómoda antiga, não velha! Continuas belo e vestido a preceito... de azul! E oiço a tua voz convidar-me para mais uma valsa. Oiço o teu convite para me entregar nos teus braços. E amanheço encostada ao teu corpo despido... de azul!

.






.

8 de agosto de 2008


.











.



"Lagarto pintado... Quem te pintou?


Foi uma velha que aqui passou!..."



.



6 de agosto de 2008

.

A terra vai cozendo em banho maria, num lume brando que a pouco e pouco agita as águas. Calor que vai dilatando corpos e almas até o espaço se ocupar ao infinito. Furnas alcançam glaciares. Águas ferventes que rapidamente evaporam, sobre o gelo desses mesmos corpos e dessas mesmas almas. Alguém passa a mão sobre as pálpebras dos cadáveres. A vida cerra-se então no olhar, sem que a falta de luz gere o pânico. A temperatura desce abruptamente, em voo picado. As almas sobem aos céus, que não vêem! Agora que o tempo é imenso. Agora que finalmente se pode dizer para sempre. Porque se perdeu o azul do céu?
.
.

5 de agosto de 2008

.

Se o amor é azul... de que cor pintar a paixão?






.

4 de agosto de 2008

.
Encontrei miosótis na beira do caminho. A seu lado, um sapo! Sem hesitar... beijei-o!
Vi-o afastar-se aos saltos... mas não esmoreceu o sonho de encontrar o meu príncipe.

.

3 de agosto de 2008

.

Amor, amor, amor... saudade, amor, amor, saudade, saudade, saudade. Amor, amor, amor, amor, amor, saudade, saudade, saudade, saudade, saudade e novamente Amor, amor amor, amor amor... Amor, amor, amor... saudade, amor, amor, saudade, saudade. Amor, amor, amor, amor, saudade, saudade, saudade, saudade e novamente saudade. Amor, amor, amor amor, amor amor... Amor, amor, amor... saudade, saudade, amor, amor, saudade, saudade. Amor, amor, amor, amor, amor... saudade, amor, saudade. Amor, amor, saudade, saudade e novamente amor. Amor, amor, amor amor, amor... Amor, amor, amor, amor, amor, amor... saudade, saudade, amor, amor, saudade, saudade, saudade, amor....

.

2 de agosto de 2008

.

Procuro um espaço onde consiga encaixar-me. Um espaço onde caiba, na medida exacta do que sou. E vêm-me à cabeça os números, quando talvez prefira as letras! As formas geométricas, quando talvez prefira as abstratas! Não deixo de tentar encaixar-me. Se me sobra-me uma perna... o espaço é curto! Eu, que julgava ocupar pouco espaço, vejo-me apertada nos espaços livres. Será que o espaço é diminuto? Será que me deformo? Ou pura e simplesmente eu não me encaixo...?

.

1 de agosto de 2008

.

Já te disse que te amo?

Mas já to disse hoje?

Posso dizer-te outra vez? ... só mais uma!

.

Seguidores

Arquivo