29 de setembro de 2008

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Olhei todo aquele tapete e pensei em nós. Folhas e mais folhas a chamarem-nos para o seu aconchego. Era o nosso parque. Era o nosso cantinho. Seríamos nós. Só as folhas haviam mudados. Baixinho... apeteceu-me chamar o teu nome e esperar que me ouvisses. As letras ecoariam pela brisa até te encontrar no teu silêncio. Ou viajariam, uma a uma, por ordem, nas primeiras folhas de outono. Pediria às folhas de plátano para levarem o teu nome na minha voz. São elas quem melhor me conhece. E sempre gostei de plátanos. Se não te encontrassem perto do mar adivinho-te a nele pensares.
A tarde passou. A noite chegou. Deixei o parque sem te chamar. E agora que as folhas se deitaram, não tenho por quem o chamado enviar.



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24 de setembro de 2008

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Um olhar bastou. Não sei se foram mesmo os olhos que se encontraram, os dedos que se cruzaram ou as palavras que se seduziram entre si. É isso! Talvez seja um simples jogo de sedução. Um atirar de palavras doces. E um retribuir. Aqui e ali o sabor agre da distância. Que impossível jogo onde os dados não rolam. Jogo de dados inexistentes. Torna-se um jogo sem possibilidades? Eu olho-te... como? Tu sentes-me... a mesma pergunta! E as palavras continuam a luta. São elas que vão mantendo acessa a chama. Magoam. Curam. Mentem. Omitem. Calam. Fico sem saber se o amor existe. O amor que um olhar parecia ter bastado e que as palavras alimentaram. Fico sem saber onde estás. Em que tempo? Em que espaço? Pergunto-me se coincidiremos na história. No fundo eu só queria existir no teu espaço. Ter um papel. Deitar-me contigo... e, muito mais que isso, deixar-me adormecer a teu lado noite após noite.

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21 de setembro de 2008

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Sorri... para não chorar. A verdade é que sinto parte do corpo quente e dorido e um coração que gela numa pele que tende a arrefecer durante a noite. O por do sol foi triste. A chegada da lua não conseguiu encher-me o olhar. E ela tão cheia. Eu, cujas palavras desejo serem de alegoria. Fui apanhada em falso. Atraiçoei os meus sorrisos com uma lágrima. Ela que carregava todo o sal do mar. Ela que se fez chorar por muitas, para doer uma vez só. Oh... pobre olhos! Enganados pelos seus cantos. A dor foi única, de desumana intensidade. Não houve música ou toada que me acalentasse. Não haverá palavra que me embale no sono. Mas será só hoje! O sal vai solidificar na memória e destemperar o esquecimento.
Agora estou apenas triste. Apenas?! Como se a sensação de tristeza fosse passageira. Como se a sensação de alegria não o fosse. O mal é que não cabe em mim ser triste. Rebento com a primeira que desponta. E encho-me de mais tristeza por apenas estar triste. Não consigo esquecer o por do meu sol... foi triste!





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20 de setembro de 2008

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(continuação...)

Não jogámos à bola! ... e disse-me que se esqueceu de a levar. Achei que o fez de propósito. Que dizem?





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17 de setembro de 2008

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(continuação do post anterior)


Querem saber o que fizemos depois de jogar à bola e de rolar pelas dunas até à areia molhada?

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12 de setembro de 2008

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Porque não esqueces isso por hoje? Olha para mim! Ouve! Porque não páras um pouco... olhas à tua volta... reparas que não estás sozinho... que há quem precise da tua atenção e quem ta queira dar. Não arranjes desculpas! Os homens são peritos em desculpar a falta de tempo no excesso de trabalho... deixa-o para amanhã! Vem comigo! Tenta saborear o prazer de estarmos juntos. Vamos correr na praia. Rolar pelas dunas até chegar à areia molhada. Vamos beijar-nos ao vento e com ele desculpar as lágrimas que se soltarão dos olhos. Vá! Eu sei que queres! Traz a bola. Ensinas-me a dar uns toques... sem falar de trabalho. Sem usar palavras difíceis. Sem deixar assuntos a meio. Sem me fazeres ficar a pensar no que quererás dizer-me. Diz-mo! Porquê tantos rodeios? Os rodeios deixa-os para os teus poemas. Outras lerão... atirando-se para a cama a suspirar! Não sabem que na tua cama estou eu. Não elas!
Fazer amor é tão simples... mas podemos começar por jogar à bola... rolar nas dunas... depois logo se vê! Esqueces isso por hoje e vens?!
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11 de setembro de 2008

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Senti-te em mim como se fosse verdade. Tu sabes do que falo! E, no fundo, sei que eras tu! Preencheste-me e eu a ti. Ambos sonhámos um verdadeiro sonho. Estávamos vivos, quentes... e ainda hoje sentimos esse toque... Mas tocas-me? Queria sentir-te um pouco melhor!

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8 de setembro de 2008

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Hoje tenho que criar-te um momento feliz. Não mo pediste, eu sei! Nem sei se quererias que o fizesse! Mas sou assim... quando o meu coração sente vontade de abraçar não pode travar o abraço. Quando falo em abraços recordo os felizes, os do peito, os que fazem estalar as estrelas que trazemos à volta, acender os pirilampos que trazemos no olhar, os que são redondos como o esconderijo do parque. Sim! Todos temos estrelas e pirilampos embora nem todos saibam disso. Aparecem nos nossos sonhos de neninos e ficam. Ficam! Ficam porque queremos que cresçam connosco. Que importa isso? A mim os pirilampos acendem-me a felicidade e as estrelas fazem-me cócegas. Não ouves as minhas gargalhadas?! Desde pequena que sei que serei feliz. Quando não sou, fingo ser. E como não sei fingir, raramente estou infeliz... só mesmo quando tu estás! Vês?! Tens que ser feliz para eu o conseguir também.
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Com um beijo, Algodão doce.

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4 de setembro de 2008

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Acredita na doçura do meu olhar no teu. Se te diz que te amo quer dizer-te que sem ti não pode viver. Que te quer por perto. Para que sorrisos e lágrimas se troquem. Quer sentir os teus gestos. Acalmar as tuas dúvidas. Saborear o sal do teu aroma. Dia a dia. Noite atrás de noite. Sem te prender a nada a não ser à ternura de um amor. É muito? É uma prisão sem grades, sem amarrras. É uma prisão em liberdade. De voos infinitos. Imensurável que é, como pode ser aprisionado? Acredita(-me). Amo-te.





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1 de setembro de 2008

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Vamos conversar horas e horas... acabaremos com a boca tapada (como sempre). Ainda tentarei dizer uma ou outra palavra (como sempre). Balbuciar uma gargalhada para te fugir dos lábios. Contorcer o corpo numa luta fingida. Virar-me. Esgueirar-me de ti entre os nossos lençoís. Fazer-te vibrar. Rir-me e gozar-te para nos gozarmos. Até que o meu corpo endurece e sucumbe a fugas. Arrepia e entrega-se a tudo. Não há rendições, há posses. Daquelas posses de romance de cordel, com os gemidos iguais aos das donzelas e cavalheiros. Mas só as donzelas e cavalheiros completamente puros. Não os que gritam por e para fazer sofrer. Não os que gritam sem o ser. Apenas os que gemem por e com prazer. Por isso... tapa a minha boca com a tua boca e, como sempre, vamos deixar os nossos corpos humedecer...

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