31 de janeiro de 2009

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Voltei atrás.

Recolhi, um a um, os pedaços que de mim dei e foram deixando abandonados.

Vi-me, aqui e ali, ao acaso atirada. Por vezes partida, por vezes rasgada. Apanhei-me do chão, encontrei-me entre as pedras da calçada. Na praia, na berma da estrada, num quarto vazio, num bosque abandonada. No lixo, em gavetas, numa caixa em desuso, para a rua lançada.

Neste voltar atrás não encontrei semente. Depois de ter estado na mão de tanta gente. Fiquei em mil pedaços, feita nada.
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4 comentários:

mariam [Maria Martins] disse...

Azul,

lindo este poemar... mas algo triste e desalentado...

a vida é feita de todos os pedacinhos (bons e menos bons, todos importantes, os menos bons fazem com que outros tenham imensa luz...)
olhe, apetece-me deixar-lhe isto

http://mariasentidos.blogspot.com/2008/07/gavetas-da-vida.html

bom fim-de-semana
um sorriso :)
mariam

Fernanda disse...

Também já recolhi,...algumas vezes, pedaços de mim...
Depois,...os mil pedaços,...diluem-se na vida...e volto a ficar inteira.

Tode de azul o teu fim de semana

C Valente disse...

lindo
saudações amigas

mfc disse...

Tens razão... somos muito maltratados pela vida e conseguimos levantarmo-nos até um dia!
Até áquele dia em que foi duro demais.

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