Sombras de cor. Retalhos. Pedacinhos de vida. Sonhos que se não perdem pelos tempos. Porque é tão efémero o tempo de coexistência do verde com o rosa nas magnólias? Porque, sendo efémera a vida, nos parece tão longa ou tão curta conforme os momentos? Porque saímos de certa idade? Aquela em que todas as perguntas nos assaltam. Aquela em que as respostas são insuficientes ou não existem mesmo. Porque não temos direito a moldar o tempo? Apenas a pará-lo para sempre... o nosso. Quero ficar! Ficar a ver as magnólias florir. Ver as pétalas cobrirem o chão como um tapete que o tempo vai decompor e aproveitar. E outro virá. Semelhante ao primeiro. Belo. Tão frondoso como o que morreu. No mesmo corpo que quase não chegou a despir-se. Eu não queria ser botão, ou flor, ou pétala... queria ser árvore e permanecer.
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