27 de novembro de 2008

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Não quero emudecer.

Preciso de falar com o vento na copa das árvores.

Aí, marco o meu encontro diário com o silêncio.

Aí, marco o meu encontro com os momentos de paz.

Aí, sinto o desiquilíbrio de não ser pássaro.

A inquietação e a tontura de estar no topo sem saber voar.

Não quero subir telhados.

Preciso de olhar para baixo e ver o chão.

Ver a terra húmida.

Ver folhas caídas.

Preciso sentir-me num emaranhado de braços que me afagam.

São os ramos que me dão a força para subir e cumprir diariamente o encontro marcado.

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4 comentários:

Maria disse...

No teu lugar eu não subia à copa das árvores.
Tenho vertigens...
Prefiro ficar no chão, com os pés na terra molhada, na vertigem de me imaginar lá em cima...

Um beijo, sem vertigem

Ana Paula Sena disse...

Simbiose com a natureza... Mais além, alto, a busca do amor...

Em azul :)

Bj

Anónimo disse...

Os ramos das árvores como braços, a copa o lugar onde falas...
desce mas é daí... não vá dar-te alguma tontura!

Lindo como sempre.

beijo meu em tons de azul, pode ser??

DarkViolet disse...

Estar no topo é vislumbrar o que rodeia, sentir o odor a misturar-se, as cores a entrarem noutras...

Os galhos agasalham o olhar

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