6 de agosto de 2008

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A terra vai cozendo em banho maria, num lume brando que a pouco e pouco agita as águas. Calor que vai dilatando corpos e almas até o espaço se ocupar ao infinito. Furnas alcançam glaciares. Águas ferventes que rapidamente evaporam, sobre o gelo desses mesmos corpos e dessas mesmas almas. Alguém passa a mão sobre as pálpebras dos cadáveres. A vida cerra-se então no olhar, sem que a falta de luz gere o pânico. A temperatura desce abruptamente, em voo picado. As almas sobem aos céus, que não vêem! Agora que o tempo é imenso. Agora que finalmente se pode dizer para sempre. Porque se perdeu o azul do céu?
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8 comentários:

Maria disse...

Em azul
em azul, em azul é amor, mas hoje o em azul afastou-se da sua rota. Talvez um glaciar se tenha começado a desfazer, talvez o enorme calor que se sente seja o culpado. Mas o em azul afastou-se da rota.
Quase nunca se pode dizer para sempre.
Quase nunca se pode dizer sempre.
O céu perde a cor azul apenas por momentos. Ao pôr do sol. Como neste fantástica fotografia.
O céu é azulinho, o amor é azulzinho...

Beijos, em azul

em azul disse...

Maria
Quase nunca... A morte é para sempre.
Afastei-me da rota?! Sim
Por isso mudei a posição da foto no blog.
Como no cérebro, que temos o lado esquerdo e o direito, também postarei por vezes "sem coração".
Talvez hoje seja dia não!

Beijos

João Videira Santos disse...

Uma prosa onde a magia define as imagens das palavras...

Maria disse...

Tens razão, só a morte é PARA SEMPRE.
Mas mesmo assim a gente guarda esse "para sempre", e continua a viver a vida, que é tão boa...

Beijos

eu disse...

bem... até doi! palavras quentes/frias, cheias se sentires...
o azul não se perdeu para sempre, apenas há dias em que tu não consegues ver...
e na minha modesta opinião nada é para sempre... a morte é para sempre, mas as pessoas só morrem mesmo quando morrem no coração de quem as ama... não me parece ser o caso...
e quando morrem no coração e estão vivas de que cor pintarias o céu?

Anónimo disse...

O azul não se perdeu apenas se escondeu...
e para mim não existe para sempre, porque até os vivos morrem, quando dentro de nós se esvaziam...
a morte é relativa... mas doi sempre, não deixa de ser um azul que passa a cinza...

um beijinho azul para TI

em azul disse...

João Videira Santos
Obrigada pela visita e pelas palavras.


Maria
Claro que é boa! E podemos sempre tentar fazê-la melhor...
Beijo


Eu
Tentei visitar-te mas...
Abraço


Catarina
Tens toda a razão! Há vivos que (nos) morrem, que "matamos" (por vezes por que tem que ser).
Beijo

disse...

Gostei do blog, do excesso de azul. Afinal, cada um ve o mundo com a cor que quer, que sente... Um abraço de www.olhares.com/olharazul

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