12 de abril de 2009

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Sombras de cor. Retalhos. Pedacinhos de vida. Sonhos que se não perdem pelos tempos. Porque é tão efémero o tempo de coexistência do verde com o rosa nas magnólias? Porque, sendo efémera a vida, nos parece tão longa ou tão curta conforme os momentos? Porque saímos de certa idade? Aquela em que todas as perguntas nos assaltam. Aquela em que as respostas são insuficientes ou não existem mesmo. Porque não temos direito a moldar o tempo? Apenas a pará-lo para sempre... o nosso. Quero ficar! Ficar a ver as magnólias florir. Ver as pétalas cobrirem o chão como um tapete que o tempo vai decompor e aproveitar. E outro virá. Semelhante ao primeiro. Belo. Tão frondoso como o que morreu. No mesmo corpo que quase não chegou a despir-se. Eu não queria ser botão, ou flor, ou pétala... queria ser árvore e permanecer.

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2 de abril de 2009

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Hoje acordei num abraço manso. Daqueles serenados pela noite dentro, no espasmo do corpo e na humidade do leito. Dos que deixam no quarto o aroma dos actos. Os que, atando-se, se desatam de pudores. Sim! São esses os abraços em que pensas. Abraços de pernas e braços. Abraços de laços e nós. Abraços de inspirar e expirar. São todos esses... em que nos atamos até ser madrugada. São todos esses... em que andamos tão (des)atados até voltar a ser noite. Os que trago comigo apertados no peito. Os que me fazem sentir o teu folêgo no meu pescoço... agora, que é dia. E o farão de novo... logo... que será noite!
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